Santa Inspiração
Hoje acordei com um vazio no peito.
Não sei o que é - Liguei para os meus filhos,
Mas não era somente isso...
Achei que o sono da tarde me aliviaria,
Descansei. E eis o vazio aqui.
Ah, talvez eu percorra uma estrada silenciosa,
Ou quem sabe são os verbos poéticos me queimando?
Como uma azia, ou algo tão latente que me tira o sossego.
Bom, saber eu não sei bem o que é,
Mas uma coisa me põe a confessar: O vazio é grande.
Quiçá não é saudade de quem se ama?
Mas quem? O amor anda tão distante de mim...
Tanto quanto, ponha-me a confundir...
Eis que talvez nunca saiba a razão, nem a cura,
Mas conjugo verbos ao meu íntimo poético,
E crio inspirações a transbordar em meu peito:
Minh’alma perdida, aflita por si só,
Oh, pobre alma que aos olhos se dá dó...
Desencanta de amor, pelas fontes da tua vida,
Alegra-te coração, pois ao menos inspiração te é merecida...
Rio de Janeiro, 22 de abril de 2011.