O Eu urgente

O medo...

Derrama escumando

Entre os lábios secos

Na afluência impetuosa

Dos segredos.

Sobras inacabadas

De uma existência velada

Simetricamente entre vagas

Dessa solidão proeminente.

De repente o estampido

O grau desmedido

Desse olhar silente.

Talvez...

O julgamento

Sem cabimento

Por não saber o que

Já havia construído

Essa imagem oprimida

Por vezes sem saída

Que insiste em defender

O que não sente.

O alicerce...

Vergando entre gemidos

Agora aluído

Recobre o chão

Desse eu urgente.

Aqui jaz a parede

Minhas próprias redes

Sem o fio da conexão.

No peito explodindo

O ar espremido

Aos poucos golfando

Esse pouco comando

Que ainda tenho da vida.

Lucinda
Enviado por Lucinda em 08/05/2011
Reeditado em 11/05/2011
Código do texto: T2956484
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