O Eu urgente
O medo...
Derrama escumando
Entre os lábios secos
Na afluência impetuosa
Dos segredos.
Sobras inacabadas
De uma existência velada
Simetricamente entre vagas
Dessa solidão proeminente.
De repente o estampido
O grau desmedido
Desse olhar silente.
Talvez...
O julgamento
Sem cabimento
Por não saber o que
Já havia construído
Essa imagem oprimida
Por vezes sem saída
Que insiste em defender
O que não sente.
O alicerce...
Vergando entre gemidos
Agora aluído
Recobre o chão
Desse eu urgente.
Aqui jaz a parede
Minhas próprias redes
Sem o fio da conexão.
No peito explodindo
O ar espremido
Aos poucos golfando
Esse pouco comando
Que ainda tenho da vida.