ENTRE MORDISCOS E AÇUCENAS
(homenagem a Federico Garcia Lorca)
Maria Luiza Bonini
Entre mordiscos e açucenas
Jaz a carta de amor que te escrevi
Intácta, permanece, no lugar onde morri
À espera de teu derradeiro poema
Entre mordiscos e açucenas
A teu lado, adormeci meus sonhos
Pelos dias que se tornaram tão tristonhos
Com tua vida ceifada, por injustas penas
Entre mordiscos e açucenas
Fizeste da morte precoce teu eterno leito
Vítima de puros ideais e negros preconceitos
Entre mordiscos e açucenas
Permaneceste nessa imortalidade serena
Por teu cantar, em versos, que se faz perene
SP. 04.11.2010
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" Porém, eu te sofri. Rasguei-me as veias,
tigre e pomba, sobre tua cintura
em duelo de mordiscos e açucenas.
Enche, pois, de palavras minha loucura
ou deixa-me viver em minha serena
noite da alma para sempre escura."
(Federico Garcia Lorca)
- Federico Garcia Lorca, nasceu em Fuentevaqueros (Granada) em 5 de junho de 1898 e morreu assassinado em Viznar (Granada), uma das primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola, em 19 de agosto de 1936. Foi dotado de uma personalidade extraordinariamente voltada para a arte. Além de ser um grande poeta, teve também alguns pendores musicais, tendo feito, ainda, alguns desenhos. É Garcia Lorca, com certeza, o poeta espanhol mais conhecido universalmente, só perdendo para Cervantes no número de edições e traduções de suas obra
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