Dádiva

Escrever é meu talento, minha arte, meu dom, meu alento.

É o pulsar da vida na ponta dos dedos.

É o desabafo da alma, o grito contido, a ideia não realizada, a imensidão do tempo fracionada em letras e símbolos.

No papel, faço-me grande, sou infinito, desconheço limites e convenções.

Arma em punho, sou imbatível, meu exército acorda a sincronia perfeita.

Se me tiram os meios, valho-me do vento na areia, da água na terra, das lágrimas num lenço.

Escrevo porque a chama ainda queima, sempre queima.

Meus pensamentos não cabem em mim.

Minha poesia clama por liberdade...