Menos um na multidão...

Sobre a ótica das relevâncias perceptíveis

Anseio ter a certeza de que tudo é plausível

De ser válido ou não, largar meus sonhos

Pelas razões concretas, circunscritas em tua testa

No teu coração...

Escritas com sangue

Mas já demasiadamente borradas

Pelas muitas lágrimas

Afeta-me sobremaneira

Esse jogo de palavras

Essa brincadeira mortal

Essa frieza com que me encaras

Essa certeza surreal

Com que me dizes não!

Será sempre noite no país das maravilhas

Será sempre ríspida a moça do outro amor

Será sempre desbotada a foto daquele dia

Será apenas mais uma canção vazia

De mais um “não-amor”

O céu será menos azul

O dia menos feliz

O sorvete menos doce

A flor menos cheirosa

A lua menos bela

E você menos chorosa

Talvez nem tão distantes

Mas nunca juntos

Não como antes...

Por isso e assim

Prosseguirei eu

Menos um na multidão...