Teatro pessoal.

Um longo tempo se vai

Nas cinzas ao vento

De uma fênix cansada

Que ainda sim, renascerá.

E você, ressurgirá?

Está notavelmente cansado,

O tempo castiga

E o vento gela a sua alma.

O tempo não para,

O show tem que continuar.

Vai deixar que baixem as cortinas

Em pleno quarto ato?

Por que ninguém morre feliz?

Sob aplausos e ovações?

Não há mais o que fazer,

Reverencie e se vá.

Você não quer ver o público saindo;

Dói a chegada do fim.

Mas, sempre chega, sempre.

Apenas, trinque os dentes.

... Minha peça já está no fim.

Este é o meu penúltimo ato...

Mas, escute os aplausos

E os pedidos de bis!

Eles querem me ver renascer...

Mas, esqueça a fênix

Minhas cinzas se vão...

Já posso sentir o vento

Já posso sentir o tempo,

Um longo tempo, indo embora.

Deixando-me as ruínas...

De meu teatro pessoal.

Henrique Sanvas
Enviado por Henrique Sanvas em 07/05/2011
Reeditado em 03/08/2020
Código do texto: T2955132
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