outra vez
quando penso
outra vez
em voar pra longe daqui,
sempre sinto minhas asas quebradas
a se retorcerem de dor,
me puxando de volta
a esse aconchegante abismo de sombras
em que me encontro agora.
e sempre sinto esse veneno
a correr em minhas veias
sempre que tento amar,
mesmo que eu tente amar
em loucos atos de ódio.
e mesmo quando
a inconsciência toma conta
de meu ser há muito fragilizado,
tento em vão arrancar
com meu peito essa dor
sempre a me machucar,
como sombra a me acolher
em meu ninho de trevas.