Déjà Vu

É estar

com os pés no chão

enquanto existe – lá

em cima – um céu azul...

É comer

– do verde – o feijão

se ainda o maxixe

está cru...

É roçar (com a língua)

o véu do palatino,

enquanto o que coça

é olho do cu

É chorar

do nordeste a secura

que faz falta

pelas bandas do sul

É estar

pedrando de frio

e tomar banho no vento

completamente nu

(é querer

imaginar-me eu

sozinho, sem ter

do meu lado tu)

É sentir

que, na vida, tudo

(ou nada) não passa

de um Déjà Vu...

cristovam melo
Enviado por cristovam melo em 06/05/2011
Reeditado em 06/05/2011
Código do texto: T2954062