Déjà Vu
É estar
com os pés no chão
enquanto existe – lá
em cima – um céu azul...
É comer
– do verde – o feijão
se ainda o maxixe
está cru...
É roçar (com a língua)
o véu do palatino,
enquanto o que coça
é olho do cu
É chorar
do nordeste a secura
que faz falta
pelas bandas do sul
É estar
pedrando de frio
e tomar banho no vento
completamente nu
(é querer
imaginar-me eu
sozinho, sem ter
do meu lado tu)
É sentir
que, na vida, tudo
(ou nada) não passa
de um Déjà Vu...