INCÓGNITA

Não me entendas ainda, apenas me sinta.

(Pele áspera como pedra bruta, alma a ser lapidada)

Não me veja ainda, me imagina.

(Catavento a procura da liberdade, ave em revoada)

Porque não sou livre, tenho raízes na terra fincada.

Não me busque perfeição, sou escuro, sou escuso.

(Sendo o que me busco)

Não me julgue arredia, sou fragmento da poesia

(Sem rima, sem estrofe... Alada)

Porque não sou livre do nada.

Não, não me queira presa tua

(Sou lua nua de todas as fases)

Não me queira raio de sol

(Eu sou concha fechada de atol)

Sou pêndulo do mundo imaginário.

Aglaure Martins
Enviado por Aglaure Martins em 06/05/2011
Código do texto: T2953745
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