Da borboleta pela janela
por esses dias estava a pensar!
dizem sobre explosões solares,
sobre a lua a erigir os mares e
placas dançantes no planeta!
a vida é o grão do deserto,
soma-se para ser muita e
todos os espaços povoar!
ao nascer do sol, ela pulsa,
ao nascer da lua, ela pulsa,
dança junto à dança da terra!
pensei, nos raios de sol na face,
são brisas a emoldurar meu rosto!
na lua que é espelho de amantes,
e quantos em milhões de anos!
pensei na terra, grande borboleta!
ovo, lagarta, crisálida, borboleta!
grande borboleta em cintilante universo!
e nós, a vida, o pó de suas asas!
vida que dá o colorido e o brilho,
que maquia a grande borboleta!
e assim, pensei, voando longe!
encostado à janela, admirando,
o betume, o aço e o concreto,
e lá se foi, a pequena borboleta!
um lapso perdido, como nós,
em todo universo finitamente infinito!