Atlante

Lá longe ficou

o frio da serra,

e as gorjetas

de tantos horrores.

As tantas dores

e os indevidos amores.

Agora aqui,

tanta mágoa´

e esse barco/corpo

que náufraga.

O eterno temor

do sabido tumor.

Restaram-me

alguns versos,

alguns verbos

e mais substantivos

que adjetivos,

nas coisas que

escrevi

e não li.

As coisas

de sempre:

as esperas,

a tortura

das esperas;

a demora,

o bota-fora

e a não vinda,

por Culpa do Sistema,

senhor...

Senhor!?

Senhor de quê?

Da inútil quimera

e do Pesadelo

das utopias abandonadas....

Carrossel sem fim,

de coisas assim.

As insônias sem fim,

por coisas assim.

A dor logo passa.

Creio na graça

de Iemanjá, dos Orixás

e da Santa Morfina,

por quem rezo

em surdina.

Não sei o fim

dessas latinas lendas,

perdidas nas gregas

calendas.

Poços ficou distante.

E é tão inútil

qualquer Rocinante

que eu nem vi

o mar de Atlante.

Findou o rio que

eu navegava,

mas o mar de Platão

não estava.

Perdido mar Perdido.

Como um "Si" em

sustenido,

ao longo desse

parto

invertido.