FOLHA SECA

Sinto-me igual a uma

Sou domada pelo vento

Leve, quase desbotada

Pairo no tempo

Viajo sem destino

Na rua, na calçada

Na relva ensolarada, seco

Sigo na estrada

Fico enrugada

Sinto-me feia

Perco os sentidos

No mundo alheio

Sou sempre varrida

Pensam que não tenho valor

Não veem minhas formas

Cuidada viro arte e amor

Abandonada em algum lixo

Esmagada sem condição

Perdi todas as formas

De folha seca virei borrão

Homenagem a Zaymon Zarondy

05/05/2011.

Esperança Castro
Enviado por Esperança Castro em 05/05/2011
Reeditado em 10/12/2021
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