Um Corpo…

Por ser usado

Se bem

Não é sinónimo de corrupção

De podridão

Um corpo pertence a nós

E a quem de alguma forma

Feitio

Ou maneira

Não nos sinta sentirmo-nos sós…

Em linguagens antigas

Que vêm antes das primeiras palavras

Até mesmo antes das primeiras lendas

Que vêem do fundo dos tempos

Em que essas linguagens

Eram habituais

Corpos que se tocavam

Que se fundiam

Eram então apenas comuns

E não meramente banais…

Porque há a tentação

De tentar que tudo seja eterno

Mas o primeiro corpo que nos toca

Pode não ser o último

E não há pecado

Ou penalização

Em termos outros corpos

Que se o que nos unir

Não for o mero instinto

For o raro e nobre Afecto…

Por isso não me venham falar de leis

Religiões

Ou preceitos éticos

Preceitos morais

Eu partilho-me com quem quero

Com quem sinta amar

Mesmo que tal em mim seja uma raridade

Esperando tocar a alma desse invólucro

Sentir a sua interioridade

E sentir que esse corpo

Não está de passagem

Durará

Uma Eternidade…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 05/05/2011
Reeditado em 05/05/2011
Código do texto: T2950997
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