Um Corpo…
Por ser usado
Se bem
Não é sinónimo de corrupção
De podridão
Um corpo pertence a nós
E a quem de alguma forma
Feitio
Ou maneira
Não nos sinta sentirmo-nos sós…
Em linguagens antigas
Que vêm antes das primeiras palavras
Até mesmo antes das primeiras lendas
Que vêem do fundo dos tempos
Em que essas linguagens
Eram habituais
Corpos que se tocavam
Que se fundiam
Eram então apenas comuns
E não meramente banais…
Porque há a tentação
De tentar que tudo seja eterno
Mas o primeiro corpo que nos toca
Pode não ser o último
E não há pecado
Ou penalização
Em termos outros corpos
Que se o que nos unir
Não for o mero instinto
For o raro e nobre Afecto…
Por isso não me venham falar de leis
Religiões
Ou preceitos éticos
Preceitos morais
Eu partilho-me com quem quero
Com quem sinta amar
Mesmo que tal em mim seja uma raridade
Esperando tocar a alma desse invólucro
Sentir a sua interioridade
E sentir que esse corpo
Não está de passagem
Durará
Uma Eternidade…