Dunas Negras
Feito câimbra no encéfalo cansado
Essas desgastadas visões do passado
Repetindo-se frenética e insistentemente
Proliferando e expulsando os gases que alimentam
Tal fogo hierárquico projetado ao que ainda intentam
Varrer pra debaixo do tapete da minha mente
Até quando existirá o dono da humanidade?
E quando desatar o nó de teu pensar pode ser tarde
Corre imponente em teus passos impotentes
Inconveniente essa sensação de que o fim chegou
Pormenor menor de tal sensação que experimentou
Esvaecendo-se lentamente desses passados presentes...
Rufam os tambores desta tribo escondida
Entre os anéis mais ocultos da região esquecida
Da límpida esmeralda de teu cérebro ainda confuso
Que rodopia entristecido entre as cóleras e lembranças
Mistificado e somado às tuas mais ávidas esperanças
E um destino atroz e cataclismicamente profuso!
Lambendo a costa desta praia deserta
Ondas pesadas que aos calos aperta
Respaldando as dunas negras de areia solitária
Este desalento e desencanto aplaudem
Todo o hoje que vai virando ontem
Perante a lua prateada feito a bruta navalha
Que dilacera os sonhos mais nobres do Homem!