Desvelo

O medo possuo a tudo que vos tenho,

A tudo que pertenço, que possuis,

Que por consagração dos céus azuis

Tens por vosso meu peito, riso e cenho.

Em teu louvor, Fortuna, vo-la empenho,

E empenho também o que sou, que fui,

As odes do amor das trevas à luz,

Do suor ao pecado, todo o engenho.

Ainda hoje hás de ver o sol,

Hás de ver, Senhora, a lisa Aurora

Desvelar-nos o celeste farol.

E por onde andais, por onde pisais,

Haverás tu de lembrar de uma outrora...

Do Sol que vai, e que não volta mais.

Por: Felipe D'Castro

Pés Descalços
Enviado por Pés Descalços em 03/05/2011
Código do texto: T2946962
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