CHINELOS DE NERUDA
Invado quarto do Poeta:
Cama de casal
--mistério de musas—
Colcha
--quadrados, bordados, franjas—
Dois travesseiros
--suor, ronco,baba.
Adornos rasgam simplicidade.
Ali, bem ali,
Em mesa de cabeceira
—quase caixa—
repousam
cansados chinelos
de muitas insônias.
Devagarinho,
Meu pés acariciam
Memórias alheias.
Cerro olhos.
Ninguém me vê.
E lá vou , pela janela.
Poeta sussura,
Só para mim:
“Traz, numa concha,
esse Pácifico de sonhos.”
Voltei.
Será?
Sinto ,no bolso furado,
Chinelos de concha
E acenos do Poeta.
Imagens: Vista do Pacífico, ao entardecer.
La Sebastiana, casa de Pablo Neruda, em Valparaíso, Chile.
Olhar sobre o Pacífico do morro da Escuela Naval, Valparaíso.
Fotos da autora.
Invado quarto do Poeta:
Cama de casal
--mistério de musas—
Colcha
--quadrados, bordados, franjas—
Dois travesseiros
--suor, ronco,baba.
Adornos rasgam simplicidade.
Ali, bem ali,
Em mesa de cabeceira
—quase caixa—
repousam
cansados chinelos
de muitas insônias.
Devagarinho,
Meu pés acariciam
Memórias alheias.
Cerro olhos.
Ninguém me vê.
E lá vou , pela janela.
Poeta sussura,
Só para mim:
“Traz, numa concha,
esse Pácifico de sonhos.”
Voltei.
Será?
Sinto ,no bolso furado,
Chinelos de concha
E acenos do Poeta.
Imagens: Vista do Pacífico, ao entardecer.
La Sebastiana, casa de Pablo Neruda, em Valparaíso, Chile.
Olhar sobre o Pacífico do morro da Escuela Naval, Valparaíso.
Fotos da autora.