Eu, pecador
Perdoado foi, ao lado da cruz, um ladrão
Impediu Jesus Cristo _ com um gesto
(Absurdo manifesto) _
Contra Madalena, a pedrada de uma mão
Certeira foi a visita de um Papa
Ao seu algoz, na cela de uma prisão
Bem provável é a Psiquiatria
A Hitler até perdoar, eu diria
Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem
Disse o mesmo Cristo, antes de sua desmedida
Paixão
É preciso _ reza o inciso
Perder o siso e o juízo
Neste mundo pelo avesso
E algum pecado estupendo cometer
Ser ousado, travesso
Para então ajoelhar-se e clamar
Verdadeiramente se arrepender
E o perdão, enfim, obter
Perdoa-me, Senhor
A absurda comparação
Fosse uma cruz a poesia
Eu a carregaria todo santo dia