Amor e poesia: em gênese
Em um lugar humidamente triste,
quando areias nasciam em ampulhetas,
quando o tempo ainda não existia,
uma decisão fora tomada:
duas metades separadas,
em terras distantes e,
ao existir o tempo,
em tempos distantes,
agrilhoar-se-iam!
Assim, ao secar e cair o primeiro grão,
as areias do tempo bramariam,
em voz ecoada aos Cárpatos:
Cumpra-se a maldita decisão!
Assim nasceu o amor,
assim viverão amantes,
assim existirá saudade,
assim serão os humanos!
Malgrado fado costurado,
não contava o destino,
com uma língua atemporal,
a desenhar-se no dia a dia,
nos dedos a fantasia,
de todos os que amam,
e se tocam por poesia.