Voyeur

Extravasou liquefeito o sentimento
tal copo que transborda
última gota de lágrima.

Dois sóis rutilantes, azuis-turquesa,
iluminavam-lhe as faces, todas...

Símile a pedra escavada da chuva,
ternura riscada, na mão,
costurava firme vida e morte,
lua e marte...
nas linhas do planetário palmar.

Estuário de ânsias, o corpo
embalava, no colo,
calor e volúpia.


Nota do autor: A palavra que expressa o título - perdoem o galicismo - foi a motivação deste texto utilizada tão somente pela inexistência de outra que a substitua na língua portuguesa.