SEGUNDA FEIRA

Vou indo sumindo

Qual vento assoviando esquinas

Sol a contra pino e a pipa no céu dançando...

E eu cheio de afazeres e enfadonhos traços

A vida deveria ser um menino que não cresce

Sempre brincando de faz de conta num papel almaço

Quando cresce é só impostos e pagamento de conta

Uma prisão de taxas e a cabeça tonta, tonta, tonta!

Labirintos sem saídas que brinquedo medonho

Que nos deram pra brincar, um quebra cabeça

De rachar a cuca, só movimento de peças sem encaixe

Encaixotados ficamos em nossos becos sem saída

Descobri afinal porque crescemos

Nós é que somos os presentes de dar corda

Trabalhamos pro SISTEMA prisional

Sem força pra quebrar este paradigma tentacular...

Boca de forno, forno tirando bolo, bolo

Jacarandá dá onde eu mandar vou

E se não for, apanha o bolo...

E o bolo sonhado

De tão sovado foi desandado

A vida é sempre a mesma

Pro Joãozinho, Juquinha ou pro Romeu

Só o menino perdeu o sonho e cresceu