O inverno em mim
Vou por esta manhã sob a fragrância do jasmim
Parto das cores de canções suaves ao ervanário
Rodopio sentindo o vento passar por mim
Atirando-me ao tímido e ao revolucionário
As tardes de inverno são bálsamo de alecrim
Caminho descalça mesmo com um pouco de frio
Em mim salpicam por esse abissal jardim
A criança levada e as realidades que crio
Durante o ocaso apago-me do mundo numa viagem sem fim
Vejo o sol repousar sobre a terra adormecidos ao som dum canário
Encosto-me terna vendo o azul dar lugar ao carmesim
Assim compreendo a paixão nesse espetáculo extraordinário
Com a noite posta assisto a lua de marfim
Reclinada ao mundo sem qualquer comentário
Tudo soa tão calmo não existe lado ruim
Despreocupada durmo abraçada ao imaginário.
Pedra Mateus
* Título sugerido por meu amigo Iomar Bezerra (Metade)