((((::::LETRAS DE FOGO::::))))

Virgulam-se aspas em vozes,

Letras de fogo e punhais;

Um lenço, fitas, dedais...

Há velhas cartas rasgadas

Regressos, apoteoses.

Usurparam-nos as estátuas de herois,

chovem garras, manchas, laços...

Precipitam-se estilhaços,

Mais longe sangram-nos sois;

Há corpos emaranhados,

Seios mordidos, multilados,

Sexos mortos - frustrados...

há miséria jorrando pra todo lado

Há vácuos, há bolhas de ar,

Há pobres coisas guardadas -

maravilhas - Que se não podem sonhar!...

Execuções - Há mãos brancas tão negras e sagradas,

há bocas famintas - mães desnaturadas!

Ruínas de melodias, o choro do rebento

no valão - morrendo - sem alento

Vertigens, erros e falhas.

flores de emanações fugidias,

Há no mundo e dentro de nós

troféus de muita dor,e risos em disfarçadas mortalhas...

Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 30/04/2011
Código do texto: T2940675
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