APRENDIZ DE FEITICEIRO

Amigo não escreva como quem assina um atestado de óbito

Não existe forma de amor se não olhares pra dentro de ti primeiro

Olhe pro teu eu! O que vês? Nada além do espelho?

Seja firme rapaz! Tu escreves, tu sentencias! Logo és poeta do ser

Do mundo, do indelével e ilimitável ar que faz levitar suspiros do fundo

Admitas que sofrer faz parte do estar e alegrar-se também te favorece

Nada nos foge e nada pegamos no ar, é tudo um réquiem de sonhos, Esquece!

Apegamos-nos a tudo e na profundidade deste tudo

Saímos em covas rasas amiúdes... Em preces

Não te iludas mudamos de cor dentro desta projeção de horror

O mundo não é para brincadeiras não camaleão... Que muda de cor

Ferir faz parte do jogo até a rosa tem espinhos em seu jugo

Até os gatinhos já possuem presas de assassinos em seu vulgo

Os cães os seus caninos de Demiurgo

Só o homem precisa de outras armas fatais como um verdugo

Vindas de fora, mas mesmo assim segregam um rubro

Veneno letal contido no verbo, na fofoca e na inveja...

Viva a vida confortando aos inconformados

Mas, perdoemos os nossos inimigos que o mal segrega

Mais cedo ou mais tarde não sobrará pedra sobre pedra

Nem umbigo sobre umbigo nesta loucura de álgebra.