(((((:::::ESCARLATE:::::)))))

Roxa sombra na tarde escarlate,

chorosa, ouço-a;

meus ouvidos tapados a algodão

hão de ouvi-la, tal como nessa tarde,

tão discreta, suave e sem alarde,

sobrepondo-se as pontes aladas

de pesadelo... de que esvoaçam,

Brancos, opacos...

Por baixo passam,

Se despedaçam,

No rio, os barcos.

Que ruínas, (ouçam)!

Trêmulos astros,

Solidões ... Lemes e mastros...

Urnas quebradas!

Blocos de gelo...

_ Chorai lágrimas,

todos os sentimentos

o cântico disperso

traduzindo em versos

os meus súbitos segredos

Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 29/04/2011
Reeditado em 30/04/2011
Código do texto: T2939427
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