Doendo
.:.
Minha poesia surge
de pancadas na canela.
Ela dói, engasga, cansa...
Depois pulsa, incha e explode!
E o sangue coalhado,
escorrendo sem fluidez, grosso,
dentro do corpo que sofre,
vai impulsionar corações d'outros,
noutras canelas.
Brotam as lágrimas,
transbordam as emoções.
Há mãos que acalentam;
compressas que afinam o sangue.
Descobrimos,
ao compartilhar nossa dor,
outras histórias, iguais às nossas,
noutras canelas...
Por isso a poesia,
apesar de densa,
flui em profusão.
Por ser a dor imensa
que nos une com emoção.
Crato-CE, 26 de abril de 2011.
02h13min