Doendo

.:.

Minha poesia surge

de pancadas na canela.

Ela dói, engasga, cansa...

Depois pulsa, incha e explode!

E o sangue coalhado,

escorrendo sem fluidez, grosso,

dentro do corpo que sofre,

vai impulsionar corações d'outros,

noutras canelas.

Brotam as lágrimas,

transbordam as emoções.

Há mãos que acalentam;

compressas que afinam o sangue.

Descobrimos,

ao compartilhar nossa dor,

outras histórias, iguais às nossas,

noutras canelas...

Por isso a poesia,

apesar de densa,

flui em profusão.

Por ser a dor imensa

que nos une com emoção.

Crato-CE, 26 de abril de 2011.

02h13min

Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 29/04/2011
Reeditado em 25/08/2013
Código do texto: T2939224
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