Página cativeiro
Os poemas são seres que nos querem sempre fugir.
Mas teimamos em aprisioná-los no cativeiro da página.
Ainda que assim o façamos,
Eles não sossegam.
Tentam se debater daqui, dali.
Impacientes, não habitam o papel.
Vivem nos sentidos,
No olho a olho,
No boca a boca,
E fazem dos corações seus poleiros
Saltitando toda a vida
E encantando nossos olhares
Que, mecanicamente, os acompanham.