Página cativeiro

Os poemas são seres que nos querem sempre fugir.

Mas teimamos em aprisioná-los no cativeiro da página.

Ainda que assim o façamos,

Eles não sossegam.

Tentam se debater daqui, dali.

Impacientes, não habitam o papel.

Vivem nos sentidos,

No olho a olho,

No boca a boca,

E fazem dos corações seus poleiros

Saltitando toda a vida

E encantando nossos olhares

Que, mecanicamente, os acompanham.

Paulo Fernando Pinheiro
Enviado por Paulo Fernando Pinheiro em 29/04/2011
Código do texto: T2938358
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