O FUMANTE DO BAR
Sobre o balcão
o tempo despojado
em disco de vinil.
A vitrola zumbindo notas
parecendo moscas
sobrevoando a coisa morta.
No fundo da loja,
entulhada de poeira,
quinquilharias e velharias
UM SOLITÁRIO FUMANTE.
Decepcionado por ter
perdido o bonde.
No fundo também ficara
estupefato com a rua
que se desnudava
a sua frente mostrando
que o tempo era outro:
o presente vestia modernidade.
O SOLITÁRIO FUMANTE
inspirava a fumaça
de seu vício.
Os que passavam,
a contemporaneidade.
L.L. Bcena, 28/10/2010.
POEMA 132 – CADERNO: TÊNIS VELHO.