Exílio no inferno congelado
O inferno congelado onde exilei
o fabricante de valsas se prolonga
noite e solidão adentro, onde apenas
os cisnes morrentes vêm cantar.
Os presentes o convidaram a falar,
e escutando ficaram por décadas,
como esculturas de gelo e cromo.
Até que supreendidos,
pela revoada de mais cisnes morrentes,
despertaram ante o inacreditável da criação.
Podem-se ver rostos refletidos no gelo,
podem-se ver os cães devorando carcaças,
onde o sangue mancha e neve,
E onde a voz não ecoa.
Onde o sol nasce do lado contrário,
e onde a noite é mais imperfeita.
O canto do fabricante de valsas,
é mero engodo e elemento de cena,
para ouvidos que condenados sem saberem,
aceitam de bom grado a imitação barata,
de uma música perfeita criada por Deus.