Vida fronteiriça
Doce novo dia
Prova-me de novo
Faz-me passar pelo fogo
E ser purificado
Mais uma vez ser sagrado
Debaixo do teu renovo
Sacerdote do teu legado
Como chama remanescente
Da pira ancestral
Que meu espírito seja uníssono
Com o teu
E que tua razão e vontade
Prevaleçam contra o meu próprio eu
Que das noites escuras
Só tenha vagas lembranças
Que na minha formatura
A experiência não seja por jactância
Distanciando do ego meu
Qualquer irrelevância
Fui forjado em brasas
Fui achado com chagas
Fui curado e levado pro descanso
Num abrigo desconhecido
Cuidaram das minhas feridas interiores
Por isso hoje, o que mais posso fazer
Senão, agradecer com meu sincero servir?
Minha busca de viver muito além
De um simples ir e vir...
Quem pode entender?
Alguns chamam de religião
Loucura, leviandade, alienação
De verdade, meu desejo perpassa a praça
Das vãs discussões
Desmedido, busca as tuas razões
Por uma vida fronteiriça
Sempre em frente na premissa
Paralelamente ao abismo
Uma vontade maior me atiça
Revigora-me, refrigera-me
De uma maneira tal
Que quer seja doce ou amargo
O dia que se seguirá
Eu prosseguirei em te buscar...