A FESTA

Os convivas, (des) contraídos,

Estampavam em seus semblantes

Seus pecados (in) cometidos

E trejeitos desconcertantes.

Detinham segredos caseiros,

(etiquetas dos colunáveis),

Que os garçons menos matreiros

Riam-se, de tão vulneráveis.

Nas relevâncias ordinárias,

(cerceamento das elites)

Impostavam sumas primárias

Nas contracapas dos convites.

Caviar (de ovas diversas),

Em falsas botijas, o vinho,

Gabolices e vãs conversas,

Metidos nos ternos de linho.

Vivas às emplumadas damas

Dão seus maridos mais suspeitos,

Os mesmos que vestem pijamas

Quando elas mostram os peitos.

A orquestra toca uma valsa,

O salão se abre pra dança,

Com sua conversa mais falsa,

Maridos falam de herança.

Ah – essas velhas regras vis!

Essas exigências tão fúteis,

Que juntam dama e meretriz

Plebeus e doutores inúteis.

Vilmar Daufenbach
Enviado por Vilmar Daufenbach em 28/04/2011
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