A FESTA
Os convivas, (des) contraídos,
Estampavam em seus semblantes
Seus pecados (in) cometidos
E trejeitos desconcertantes.
Detinham segredos caseiros,
(etiquetas dos colunáveis),
Que os garçons menos matreiros
Riam-se, de tão vulneráveis.
Nas relevâncias ordinárias,
(cerceamento das elites)
Impostavam sumas primárias
Nas contracapas dos convites.
Caviar (de ovas diversas),
Em falsas botijas, o vinho,
Gabolices e vãs conversas,
Metidos nos ternos de linho.
Vivas às emplumadas damas
Dão seus maridos mais suspeitos,
Os mesmos que vestem pijamas
Quando elas mostram os peitos.
A orquestra toca uma valsa,
O salão se abre pra dança,
Com sua conversa mais falsa,
Maridos falam de herança.
Ah – essas velhas regras vis!
Essas exigências tão fúteis,
Que juntam dama e meretriz
Plebeus e doutores inúteis.