Viajante
Esther Ribeiro Gomes
‘Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar.’
(Cecília Meireles)
Viajante deste tempo fugidio,
embarquei a esperança num navio
carregado de sonhos e fantasias,
pensando aprisionar a alegria...
Meu navio atravessou mares bravios,
ondas enormes e marolas pequeninas,
a navegar incansável pelas dobras do vento,
em busca da alegria perdida no tempo...
Tomei as lembranças pela mão
e segui, nessa nostálgica viagem,
tentando acalmar meu coração...
Acariciada pela suave brisa do mar,
vou trazer de volta a felicidade,
que num porto longínquo foi morar!