Gaiola

Deixei a gaiola aberta.

Depois de trocar a água, a comida do cocho,

Deixei a portinha presa

E me fui...

Quando voltei

E vi que havia deixado a porta entreaberta,

Num segundo, vasculhei os poleiros.

Meu curió não fugiu.

Seguiu sua vida mesma de todos os dias:

Comer, pular, cantar.

Ele não viu!

Não viu que agora era livre.

Ele não viu!

Sua liberdade estava ali dentro.

Fechei a porta

E vi espelhar, em mim,

O brilho do seu bico.

Ele me olhou

E seu pio ecoou para sempre...

Paulo Fernando Pinheiro
Enviado por Paulo Fernando Pinheiro em 28/04/2011
Código do texto: T2935487
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