OS CAMINHOS DO TEMPO

Semana que me vém, vejo dois contos,

Semana que se vai, junto duas libras,

Semana de agora, faz um cruzado,

No dia que avém, no desdém, do coitado.

E de onde vem as parideiras,

onde que avém os sertões,

De onde vem as cidades os cidadãos,

Da idade, da certeza, da clareza, da nobreza.

Clareou regras sórdidas no caminho,

Constuiu-se estradas no vazio,

Mastigaram plantações inteiras com um suspiro,

E eu vi, participei, sentei, e vacilei.

Fato que me era fato, permanecia,

Que de tantas incertezas inundado,

Calado me possibilitei versado,

Da passagem, que podia, que queria, e fazia.

Minhas mãos não me merecem como sou,

Pedras nunca se dissolvem numa onda,

Me envaideço numa batida que me vou,

E Permaneço no encanto que arredonda.