((((:::::PERNOITANDO:::::))))
Perdura uma calma de espanto,
feita também de folhas e de nada.
Desse tempo mais distante que a própria distância
Pela janela vazia - a noite nas colinas
frescas e negras, e espantava-se de as ver assim
vaga e límpida imobilidade.
Entre a folhagem que sussurrava na escuridão,
onde todas as coisas do dia são chamadas por paixão,
eram nítidas e mortas e a vida era outra, de vento, de céu,
e de folhas e de coisa nenhuma.
Às vezes regressa a imóvel calma
daquele viver absorto, na luz assombrada.
escuto o rumor da terra molhada
a fala queimada das estrelas
é noite ainda, o corpo ausente instala-se vagarosamente
envelheço com a nómada solidão
já não possuo a brancura oculta das palavras
Bem sei por quem me tomas, razão e emoção.