RETICÊNCIAS

É dia, é tarde, é noite, somos o que coletamos

Que nem abelhas soletrando zunindo

Sumindo pelo mundo sitibundo

Voamos em busca de outras flores

Outros polens, outras paisagens, ardores

Buscamos o infinito nos olhos de Maria

Ou quem sabe de Dolores...

Voando de flor em flor

Miragens, paisagens, aragens

Passagens sumindo pelo retrovisor...

Somos andarilhos sempre buscando

Algo pra absorver, pra pensar, pra pisar, pra amar...

No fundo deste adormecer espiralado

Sonhamos pra acordar e ao acordarmos

Tudo é ligeiramente igual... Não tem jeito

Caímos dentro do mesmo leito...

Sugamos sempre do mesmo peito

Rio caudaloso, doidamente a busca segue

Nesta cega correria... A vida vai se revirando

Em pó e poesia...