VIAGEM DA TRANSFIGURAÇÃO
As ideias roubam da memória
o profundo descanso do ser
senhoras livres, dominadoras dos
recantos ímpares do humano
estado bruto lapidado no escuro
da fala escondida nos intervalos
dos estilos alheios aos sentidos
insaciáveis no colchão de viver.
Roçam as vozes com a linha
evolutiva na barra da casa
caída há idos (tempos mortos)
rouba a semente e enterra
na redoma mumificada
para a guerra dos implantes.
Sensíveis horas antecederam ao
crível machado do mensageiro
Era fome a amedrontar a lenha
que se fragmenta em fogo
a arder o medo no recanto
da fuga das chamas inflamando
o dilúvio adormecido do prazer.
A farsa corrói a corrente
o rio seca na mensagem
empírica em pingos mornos
a encher as minas térmicas
da frágil imaginação.
As senhoras explodem os salões
dos reinos puritanos
as famílias engolem a sobra
e criam estrelas mil em belas
noites que acompanharão
os homens pela eternidade,
a dormir em berço esplêndido
na viagem da transfiguração.