FELIZES OS QUE ESPERAM
Felizes são,
só se preocupam em catar as migalhas do chão,
não têm que enfrentar filas à beira da barbárie,
nem precisam ir e nem vir,
não têm que tomar lotação
que chega
e quando chega
já vem empilhada
(se não, não é lotação)
e só voam
de moirão em moirão
em vão
nunca jamais à espera da próxima pipoca
ou farelo no chão,
os pombos no ponto do ônibus,
que só gorjeiam espantados
com a ansiedade humana.
L.L. Bcena, 14/01/2011
POEMA 127 – CADERNO: TÊNIS ACHADO