FELIZES OS QUE ESPERAM

Felizes são,

só se preocupam em catar as migalhas do chão,

não têm que enfrentar filas à beira da barbárie,

nem precisam ir e nem vir,

não têm que tomar lotação

que chega

e quando chega

já vem empilhada

(se não, não é lotação)

e só voam

de moirão em moirão

em vão

nunca jamais à espera da próxima pipoca

ou farelo no chão,

os pombos no ponto do ônibus,

que só gorjeiam espantados

com a ansiedade humana.

L.L. Bcena, 14/01/2011

POEMA 127 – CADERNO: TÊNIS ACHADO

Leonardo Lisbôa
Enviado por Leonardo Lisbôa em 27/04/2011
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