Trem da Solidão


O trem da solidão

Faz paradas sorrateiras

Desde a estação primeira

Chamada adolescência

Colorido e sedutor

Assinala apaixonante

Intinerário empolgante

Paradas obrigatórias

Paisagens ilusórias

Estação chamada amor

Superlotam os vagões

Com o nome de esperança

Apinhados seguem os jovens

Destino pré anotado

Parada do grande prazer

Longo túnel atravessa

Passageiros com pressa

Buscam apertados assentos

Estação chamada adulta

Intervalos de paixões

Parada da Desilusão

Embargada a esperança

Finda a fase de bonança

Trilhos redesenhados

Traçados com propriedade

Surge uma nova estação

Para chamar-se saudade

Segue o trem da solidão

Cada vez com mais vagões

Aumentam os passageiros

Com paradas rotineiras

No Poço das Desilusões

Que este nome recebeu

Por ser vizinha do medo

Escuridão incolor

Parada assustadora

Que um dia foi alegria

Tinha um nome de

Explendor

Uma placa assinalava

A estação do amor.
(Ana Stoppa)

Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 27/04/2011
Reeditado em 27/04/2011
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