O Homem, a Vida e seus Trajes

O homem corre pelos campos aos trapos, farrapos,

sujo como se não existisse água, como se não existisse nada.

O homem corre pelas vias, pelas guias, pelos matos,

e como se acompanhado pelos ratos, faz seus passos.

O homem se banha, se limpa, se renova com alma nova,

se vai, se esvai, com puro gosto de éter pelas entranhas.

O formol como atmosfera, perseguido pela vil fera,

este é o homem morto, absorto em seus pensamentos, em transe.

A testemunhar, o chão aos seus pés como um palco alto,

a se entortar, a difamar, a se amassar pelo peso de seus pensamentos.

A vil fera é aquela que dilacera a ponte entre os seres e entre eles,

se vai, se esvai, com puro gosto de ferro, insincero.