Dormindo junto ao som do bolero de Ravel.
Seus cabelos
entrelaçados entre os meus dedos
já tivemos medos
bem mais cedos
do que a meia noite
de uma noite fria
sua cabeça
deitada no meu peito
de uma forma e um jeito
que o sono
te pega desprevenida
numa noite mais comprida
do que uma noite glacial
Os meus sonhos e seus sonhos
sonhados juntos
tão profundos
como decidir o futuro
a paixão os filhos e a solidão
travesseiros caidos no chão
Se eu acordar primeiro
vou correr ligeiro
para um pedaço de papel
escrever uma poesia
dá bom dia ao dia
e te esperar despertar