FRÁGIL ASSASSINO
Meus filhos jazem indiferentes à tua causa serena.
Encaro-te em marra floriu e num alhures
à lembrança alguém me cobrará:
o que faltou daquela intensa juventude?
Do tambor, girando engatilhado...
Supliquei, enfim:
“Frágil assassino, olhe para mim!”
Ela me vinha chorosa,
quando caí.
“Frágil assassino, olhe para mim!”
Minha embaçada visão lembrava seu semblante
violado,
jovial,
nocivo,
feliz!
“Frágil assassino, olhe para mim!”
Peguei sua mão,
naquele segundo,
convidada ao meu primeiro passeio às sombras.
E ampliava-se sobre dilatadas retinas,
nobres perspectivas do promissor além-túmulo.
“Frágil assassino, olhe para mim!”
Você,
a amplidão do escuro,
quiçá a Lei de Talião,
justiçando-me à estridência
dos seus clarins?
“Frágil assassino, olhe para mim!”