Hiato no Tempo

Ao entardecer,

numa piscadela do tempo,

capricho ou descuido dos deuses,

sol e lua se encontraram.

Dama de fragrância singular,

a lua irradiava sensualidade

e flores no olhar.

O sol transcendia.

Olhos marejados,

versejava desejos

que a boca estagnada escondia,

ou não sabia expressar.

Lua em fase crescente,

numa elegância discreta,

fazia festa por sol.

Borbulhava magia do ar.

A rua parecia deserta.

O sol se abrasava mais e mais.

Acariciava o rosto da lua,

que lacrimejava mosaicos sentimentos.

Revivia poemas adormecidos.

O tempo que parecia infinito,

deu grito de razão.

Sol e lua se despediram.

Agora rezam para o próximo hiato no tempo.

Um novo sopro divino.

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Roberto Passos do Amaral Pereira
Enviado por Roberto Passos do Amaral Pereira em 26/04/2011
Reeditado em 15/05/2011
Código do texto: T2932588
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