Hiato no Tempo
Ao entardecer,
numa piscadela do tempo,
capricho ou descuido dos deuses,
sol e lua se encontraram.
Dama de fragrância singular,
a lua irradiava sensualidade
e flores no olhar.
O sol transcendia.
Olhos marejados,
versejava desejos
que a boca estagnada escondia,
ou não sabia expressar.
Lua em fase crescente,
numa elegância discreta,
fazia festa por sol.
Borbulhava magia do ar.
A rua parecia deserta.
O sol se abrasava mais e mais.
Acariciava o rosto da lua,
que lacrimejava mosaicos sentimentos.
Revivia poemas adormecidos.
O tempo que parecia infinito,
deu grito de razão.
Sol e lua se despediram.
Agora rezam para o próximo hiato no tempo.
Um novo sopro divino.
Blog : http://www.dosesdeprosaseversos.blogspot.com/