Menino catarrento
Bateu forte na cabeça grande do menino catarrento. Chorou. Entrou em baixo na
Mesa e chupava o nariz. Cara suja. Dava asco puxar pelo braço, era melhor pelo cabelo. Como pegar
Naquele braço esverdeado de catarro. Olhão grande, esbugalhado, cara de malcriado. “vem logo diabo, tomar banho”. Apoiou os pesinhos cheio de grude no pé da mesa. A perna tremia de tanta força. E a raiva dela aumentava. Pegou o currião e bateu na mesa, repetidas vezes, gritava com a pancada. O menino feio e catarrento assustado , abaixou a cabeça.
Cobriu as orelhas e mijou no chão. Caiu no molhado, melecando se todo. A mãe gritou no ouvido: Vem logo, merda. Vou chamar Alemão, você sabe como ele é. Ele não vai te tratar como eu te trato, seu inguento. Arrancou de embaixo da mesa puxando pelos cabelos. Jogou no banheiro e abriu o chuveiro gelado. Passa sabão nessa cabeça, seu porco. Não sei como te aguento. Deixou branco de sabão um bom tempo. Tremia e chorou assustado. Levou um tapa no rosto. “Cala a boca que você não apanhou.” Voce não sabe o que é apanhar. Cala boca, cala a boca. Foi puxado pela orelha até o quarto, de modo que a cabeça pendeu para o lado oposto e ele ficou na pontinha dos pés. Na cama esfregou a toalha na cabeça. O pente forte no coro cabeludo. O nojento do menino na parou de chorar. Ficou sentado, na cama sentado. Enfezado.
“Oh, coisa que não presta”
A mãe foi a cozinha. Á mesa, serviu a si mesmo um café gostoso. Em Paz. Dessa vez não chamou O Alemão.