Fênix morta...

Sorrisos molhados de lágrimas

Não é tristeza...

Passa longe de ser dor

É uma emoção vazia e observadora

Que invade meus recantos...

Espalha-se com hera

Nos muros de minha existência

Sinto-me invadida pela solidão...

Não a solidão própria da desilusão

Mas a solidão dos hemisférios desabitados mesmos...

Por natureza inóspitos.

Sinto-me desterrada de emoções.

Sofrendo a falta de lágrimas ou risos...

E minha essência é a paixão...

Ao menos foi um dia!

Estranha num ninho que é meu

Como ave temporã

Imatura e pueril no sentir-me, nua,

Sem de fato ser revelada minha nudez

Já que minha forma está diforme

Solta num vácuo...

Vivendo das vidas que passam...

Alimentando-me das sensações alheias

É tão enorme o vazio da minha alma...

Nunca tinha deixado de amar.

A sensação de estar amando

Sempre pulsava dentro de...Em mim

Eu era toda amor!

E ser amor, me fazia trazer nos olhos o êxtase da vida...

Essa minha alegria eu dividia

Como também dividia meus sonhos.

Sinto-me meio sereia... Nereida encantada

Que no momento só enfeitiça os mortos

E tem como companhia, destroços

Dos muitos navios que se esfacelaram em minhas águas.

Sobreviventes? nenhum...

Pois que minha atmosfera não permite a vida

Meus mares não oxigenam outros pulmões...

Só guerras...Única que sou

Espécime em extinção!

Sinto falta da emoção do amor.

Meu corpo não arde mais em vibração...

Com outro corpo,

Meu instinto lascivo jaz morto...

Sobrou em mim

Só nostálgicas lembranças

De uma mulher esculpida em fogo

Que só podia ser contida

Por muitos beijos!

Apagou-se a chama,

Morreu minha fênix!

Observadora
Enviado por Observadora em 26/04/2011
Reeditado em 31/05/2011
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