CONVERSÃO POÉTICA
Seja feita a minha conversão
Entrego-me já meio estragado
Espero que diante desta árvore, consagração
Os frutos não estejam amarelo-tombados
Na terra como espúrio enxertado de vermes
Espero que me reste o hálito fanal
Diante deste mito dinamite da vida estopim
Que existe na explosão do circunciso alvorecer
Ser em reconciliação com o Pai que tá dentro de mim
Com direito a escolha nem que seja em Bombaim
Sou a mola da coluna sou a esquina que some
Que se avoluma até cegar a narcose de teu nome...
A corona de meu olhar boiúna d’água é uma Yara, um pronome
A quem reclamar quando sangro?
Morremos sempre sem nos segurar a nada
Os olhos independem do olhar
Quero só molhar as pontas dos pés
Na água que derramam por meu fim
Quem sabe assim o serafim sinta-se
Na obrigação de me entregar suas asas
E ficar aqui padecendo por mim.