AMOR EM SERENATA
AMOR EM SERENATA
Num átimo de segundo o colorido do sol se apagou
O entardecer chegou num galope de corcel
Os pássaros que te homenageavam, silenciaram
A natureza que corria e cantava, quase parou
No horizonte o ocaso é vermelho vivo
Não é dia nem é noite
Mais alguns instantes... escuridão
Aos poucos surge a lua
Na barra do céu no oriente a cor púrpura
A casa faz um núcleo de sombra
Sobrevêm gorjeios de aves noturnas
Reluz o pisca-pisca de vaga-lumes
Uma luz artificial se acende no seu castelo
A claridade no arco da janela bruxuleia
Sobe dos arredores uma neblina
Ao longe late um cão
Já é noite fechada!
Apaga-se o lume
Da estrada surge um mancebo
É vítima do amor
Ele traz êxtase de namorado
Exprime este amor em serenata
Cinge no peito uma viola
Canta perpétuas canções
A madrugada o expulsa
Agora... todos os mortais dormem
Uma paz de ouro
Do fértil burburinho de repente silente!
O tic-tac do seu andar faz serenata
O farfalhar de suas roupas faz serenata
O tartamudear de sua voz faz serenata
O esvoaçar de seus cabelos faz serenata
O esfolegar de sua respiração faz serenata
O bater ritmado do seu coração é serenata
(dezembro/1989)