AMOR EM SERENATA

AMOR EM SERENATA

Num átimo de segundo o colorido do sol se apagou

O entardecer chegou num galope de corcel

Os pássaros que te homenageavam, silenciaram

A natureza que corria e cantava, quase parou

No horizonte o ocaso é vermelho vivo

Não é dia nem é noite

Mais alguns instantes... escuridão

Aos poucos surge a lua

Na barra do céu no oriente a cor púrpura

A casa faz um núcleo de sombra

Sobrevêm gorjeios de aves noturnas

Reluz o pisca-pisca de vaga-lumes

Uma luz artificial se acende no seu castelo

A claridade no arco da janela bruxuleia

Sobe dos arredores uma neblina

Ao longe late um cão

Já é noite fechada!

Apaga-se o lume

Da estrada surge um mancebo

É vítima do amor

Ele traz êxtase de namorado

Exprime este amor em serenata

Cinge no peito uma viola

Canta perpétuas canções

A madrugada o expulsa

Agora... todos os mortais dormem

Uma paz de ouro

Do fértil burburinho de repente silente!

O tic-tac do seu andar faz serenata

O farfalhar de suas roupas faz serenata

O tartamudear de sua voz faz serenata

O esvoaçar de seus cabelos faz serenata

O esfolegar de sua respiração faz serenata

O bater ritmado do seu coração é serenata

(dezembro/1989)

Aleixenko
Enviado por Aleixenko em 25/04/2011
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