Brincar de Barro
As pedras ficam no lugar
Mas nunca é a mesma pedra
O vento e a chuva já se foram
Enquanto eu chego sempre
Só sobrou-me entre os dedos
As pedras de hoje e o pó
Das pedras de ontem, amassadas
Pelo vento e pela chuva sob o sol.
E sob a lua e igualmente à lua
Choro pedregulhos entre palmas
Tão brancas como ela do céu
Tão frias como ela da terra.
E fico passando de uma a outra
Até petrificar a minha face,
Os olhos não correm mais, só olham
O buraco que cavei em minhas mãos.