*Nublado*
O Sol não colore
Em vão, tenta furar o dia nublado
Saudade é o único rumor nas conchas
Irredutível, o mar é íntimo das perdas, em ondas...
Esfriando desejos e memórias
Unidades expostas, momentos ressecados
O verbo profano anuvia-se
Exercendo poder no silêncio conjugado...
Um ar marejado assim corrompido
Aflora em mim círculos viciosos
Em céleres perdas desbravadas
Num idioma varrido de palavras...
Talvez eu colha da busca um tempo
Em que a palavra na relva se recolha
Exubere, em intensa fertilidade
E o poema deixe o silêncio e revele-se claridade...
Karinna*
O Sol não colore
Em vão, tenta furar o dia nublado
Saudade é o único rumor nas conchas
Irredutível, o mar é íntimo das perdas, em ondas...
Esfriando desejos e memórias
Unidades expostas, momentos ressecados
O verbo profano anuvia-se
Exercendo poder no silêncio conjugado...
Um ar marejado assim corrompido
Aflora em mim círculos viciosos
Em céleres perdas desbravadas
Num idioma varrido de palavras...
Talvez eu colha da busca um tempo
Em que a palavra na relva se recolha
Exubere, em intensa fertilidade
E o poema deixe o silêncio e revele-se claridade...
Karinna*
*Emocianaste-me aqui querido Poeta e Amigo com tão belo rondel! Gratíssima*
MUDANÇA CONTÍNUA
O nublado clareia, de repente,
não há gris que resista vida afora;
tempo frio, já muda, fica quente,
e a tristeza só tende a ir-se embora. /
Na mudança contínua, mais contente
é você arranchar-se na melhora;
o nublado clareia, de repente,
não há gris que resista vida afora.
Vamos, pois, na esperança de um batente
pôr os pés e subirmos, hora a hora,
que singrando com a fé do penitente
o melhor lá se vem e não demora
- o nublado clareia, de repente.
GOMES DA SILVEIRA