Gosto da chuva mansa
Gosto da chuva mansa caindo lá fora,
Provocando tão ternas lembranças...
Tirando meus pés do hoje... do agora...
Contando tantas histórias e andanças.
Ora, meus olhos ficam dela molhados...
Outras, provoca um sorriso orvalhado.
É tão doce sua sinfonia nos telhados...
Que o coração vibra descompassado.
O passado não passou... não passa...
Tudo que foi belo jamais se acaba!
O peito saudoso descompassa...
E uma tempestade nos olhos desaba.
Chove chuva... na tua beleza infinita...
Que tuas gotas são pérolas benditas.
Reconstruindo trechos desta vida...
Com tantos rostos e gratas visitas.
Gosto da chuva mansa e teimosa,
Caindo como silentes lágrimas...
Regando a terra fértil e generosa,
Lavando sentimentos e almas!
Gosto da chuva mansa caindo lá fora...
Ressuscitando tantos sonhos de outrora,
Cores que o tempo cruel não descora...
Que levarei em meu peito mundo afora!
Sei que a chuva vem e vai embora...
Junto com ela... alguém sempre chora.
Depois disso, sempre há uma melhora...
Alguém... dela... sempre se enamora!...
Mary Trujillo
14.12.2010