Chegou o tereré pra aliviar a dor e o calor
um piripague no tempo
cabeça pensava
sem solucionar
perdi meu argumento
impondo o versejar
fui ficando lento
sem poder acompanhar
o movimento
que envolvia todos
presentes no lugar
carregado e vulgar
mais do mesmo
nunca vou mudar
sonolento
desde a noite pássada
flatulento
pela janta devorada
perebento
de tanto levar porrada
feito sob medida
para minha amada
o tempo
já não vale de nada
antes tentava
não era o suficiente
dava porrada
em ponta de faca
hoje vivo
num conto de fadas
fluindo sem obstáculos
navegando no leito
do teu seio
um amor sem receio
nem paradeiro
cobrando escanteio
e correndo pro cabeceio
sentimento certeiro
é você quem vejo no reflexo
do meu espelho.