Chegou o tereré pra aliviar a dor e o calor

um piripague no tempo

cabeça pensava

sem solucionar

perdi meu argumento

impondo o versejar

fui ficando lento

sem poder acompanhar

o movimento

que envolvia todos

presentes no lugar

carregado e vulgar

mais do mesmo

nunca vou mudar

sonolento

desde a noite pássada

flatulento

pela janta devorada

perebento

de tanto levar porrada

feito sob medida

para minha amada

o tempo

já não vale de nada

antes tentava

não era o suficiente

dava porrada

em ponta de faca

hoje vivo

num conto de fadas

fluindo sem obstáculos

navegando no leito

do teu seio

um amor sem receio

nem paradeiro

cobrando escanteio

e correndo pro cabeceio

sentimento certeiro

é você quem vejo no reflexo

do meu espelho.

Marco Cardoso
Enviado por Marco Cardoso em 16/11/2006
Reeditado em 16/11/2006
Código do texto: T292788